O sol estava radiante naquela manhã quando o amor chegou, e ela vivia em paz, era como se fosse a primeira vez, acho que na verdade era a primeira vez.
Sofia sempre tão arrogante querendo mostrar sua força, queria provar que podia mais, que sabia mais, e mesmo amando como ela amava fazia questão de negar, se esconder. Sim ela negava e as vezes até fingia.
Mas como ela adorava fingir pra ele e foi assim desde o primeiro momento em que ela percebeu que ele era frágil, com aquele olhar vago, perdido, olhar de quem olha o vazio.
Mas espera, ele estava olhando para ela.
Seria ela uma mulher vazia?
Seria esse o motivo que o aproximava de Estela?
Mas então por que ele sempre voltava?
Sofia apenas sabia de uma coisa, Estela agora era uma mulher frágil, submissa, submissa a ele e a ela.
Sofia poderia fazer o que quissesse que Estela jamais a contrariava enquanto Vlado passava os seus dias dividindo as horas com os cavalos, sim ele gostava de cuidar do haras, embora soubesse que Sofia o mantinha ali por paixão, o trabalho dele pouco importava.
Sofia queria mesmo é que ele se dedicasse a ela, o que ele relutava em fazer desde o dia em que fora humilhado numa das festas em que novamente ela fora o centro das atenções, todos a olhavam, os homens a desejavam, os homens, Ah se fosse só isso.
Na realidade Vlado era como um menino, quase uma criança totalmente dominado por Sofia e o fato dela ter herdado tudo o que o pai lhe deixara a colocava em posição de superioridade com relação a ele e a Estela.
Ambos sabiam que isso a fazia se sentir a mais compadecida das criaturas. Sim, se compadecia pela doença de Estela, se compadecia pela submissão de Vlado.
Na verdade ela debochava deles e continua feliz, radiante, realizada.