domingo, 4 de outubro de 2020

Dentro da Gente a Noite Morre

O silencio é um hino que se faz à solidão

há tantas palavras ditas no silêncio que ele se torna até barulhento

e fica difícil entender o que há por dentro

fica chato demais ter que observar o mundo e o seu lamento


e há sempre um vazio que não se pode explicar

porque ele está cheio de nada

e as palavras soam sempre incompreensíveis

dentro de uma compreensão inacabada


há tanto que se olhar para si mesmo

como se olha um rio que corre

as manhãs ensolaradas são como uma oração murmurada a esmo

e dá -se a impressão que dentro da gente a noite morre.




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Caos

O  silêncio sempre  me mostra um caos

há muita desordem dentro do politicamente correto

há muita bagunça nas coisas muito certas

e há uma vontade de nada 

quando se alcança tudo.

 há um caos generalizado no mundo e há um mundo perdido nas tentativas de se ajeitar

parece que também estamos perdidos, estamos contidos

e mesmo quando a gente se perde, a gente também se encontra

e parece que a vida se torna um faz-de-conta

uma palavra cruzada talvez.


há muito a se fazer ou quase nada também

muito do que se perdeu sempre esteve perto

correr contra o tempo. Pra que?

se quanto mais nós corremos mais estamos certos de que não alcançamos o tempo

quanto mais nos prendemos, enlouquecemos,

não somos os mesmos de ontem a noite, ou será que somos?

e esse caos que grita dentro da gente

é real, é fantasia, é psicodelismo?

ou será somente o efeito de um vinho antigo?


quantas perguntas sem respostas

e quantas respostas sem sentido


No Ano Novo Temos que Fazer Diferente