quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A insuportavel Sofia. Sim, ela é insuportável


Ele a achava insuportável, mas mesmo assim não conseguia entender porque a desejava tanto, porque queria tanto estar com ela, se ela muitas vezes o deixava a esperar ainda que ligasse depois e era justamente isso que ele odiava, mas quando ela chegava e lhe falava ao ouvido com aquela voz de veludo, ai então ele conseguia entender, ou pelo menos fingia que conseguia.

Mas isso era tudo, muitas vezes ele queria não ve-la , lembrava-se de ter prometido a si mesmo que não mais a procuraria, mas ela era tão doce e ao mesmo tempo tão inoportuna que ele não conseguia desligar-se, parecia atraído como se no corpo dela tivesse um imã que o puxava para si, que o prendia, mas as vezes ele a odiava de tal forma que não sabia explicar.

Há como ele a odiava, quando principalmente percebia como ela o dominava, sim, era isso, ele parecia forte, mas no fundo era tão fraco perto dela que simplesmente não conseguia evita-la.

Sofia era para ele uma mulher insuportavelmente entediante, as vezes, é claro, mas não, outras vezes ela parecia tão cheia de vida diante dele que entregava-se aos seus desejos como se o tempo fosse curto e tivesse logo que ir embora.

Então geralmente ele queria manda-la embora, mas quando ela decidia ir, nesse momento ele chorava, sim, é verdade ele chorava e deixava ir por terra aquela história de que homem não chora.

Mas ela o fazia chorar assim como também o fazia delirar em alguns momentos, e exatamente depois de passados todos os êxtases ele dizia para si mesmo:

-Como ela é insuportável e como eu a amo.

 

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